quinta-feira, 5 de setembro de 2013

A imagem dos idosos nos anúncios - aula 5

7ª série/8º ano - 3º Bimestre
"A imagem dos idosos nos anúncios"


Condições de vida do idoso no Brasil

Postado por: Dr. Ítalo Rachid | Em: Vivendo com Saúde




Condições de vida do idoso no Brasil - O Brasil é o primeiro país da América Latina a participar do consórcio Estudo Longitudinal das Condições de Saúde e Bem-Estar da População Idosa, cuja sigla é Elsi. O trabalho, iniciado no segundo semestre do ano passado, tem como objetivo levantar informações sobre as condições de vida e de saúde dos idosos. Onze países europeus, Estados Unidos, Canadá, Japão, Índia, China e Coreia do Sul também participam do consórcio. A previsão é que o primeiro ciclo de estudos do Elsi Brasil tenha duração de seis anos, período em que a expectativa é que sejam entrevistadas 15 mil pessoas. O Ministério da Saúde anunciou investimento da ordem de R$ 6,5 milhões no projeto, que vai investigar a evolução e a realidade das condições de saúde; capacidade funcional; e uso dos serviços de saúde entre os idosos.
A avaliação levará em conta diversos tópicos e os mais importantes dizem respeito à aposentadoria e suas consequências para a saúde do cidadão; situação socioeconômica; e estrutura domiciliar e familiar, temas que são comuns a todos os países participantes, o que vai permitir um intercâmbio de informações e possibilitar a comparação dos resultados apresentados por cada um. A importância da pesquisa é reforçada por dados da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o envelhecimento populacional mundial que mostram que, em 2020, o número de pessoas com mais de 65 anos será superior ao número de crianças com menos de cinco anos.

Em relação ao Brasil, pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que, atualmente, existem cerca de 21 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, o que representa, aproximadamente, 11% do total da população brasileira. E, em 2025, a estimativa é que o Brasil tenha aproximadamente 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade, alcançando a sexta colocação no ranking mundial de países mais longevos. A expectativa é que, para cada grupo de 100 jovens menores de 15 anos, haverá mais de 50 adultos com 65 anos ou mais.
No entanto, quando se trata de saúde e envelhecimento em nosso país, um outro levantamento apresentado pela ONU é preocupante: 36,5% das pessoas hoje com mais de 50 anos apresentam algum tipo de incapacidade funcional ou dificuldade para realizar tarefas simples, como atravessar a rua ou subir escadas. Na Inglaterra, o percentual é de 23%. Isso quer dizer que a redução da mortalidade não implica anos adicionais com saúde e autonomia. E vale lembrar que a deficiência na capacidade funcional representa elevado custo para os serviços de saúde.
Prova disso é o resultado de um estudo desenvolvido pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), de São Paulo, que mostrou uma proporção crescente, de acordo com o aumento da idade, de indivíduos que necessitavam de auxílio para realização de atividades simples do cotidiano, como ir da cama para o sofá, vestir-se, alimentar- se ou cuidar da própria higiene. De acordo com a pesquisa, 46% dos entrevistados com idades entre 65 e 69 anos necessitavam de auxílio para realizar tarefas. Já a partir dos 80 anos, apenas 15% não necessitavam de algum auxílio, enquanto 28% apresentavam grau de incapacidade tal que requeriam cuidados pessoais em tempo integral.
FATORES DETERMINANTES DE LONGO PRAZO
Diante desse cenário, torna-se de grande importância verificar os fatores determinantes de longo prazo das condições de saúde e bem-estar da população idosa no país, como se propõe o estudo Elsi Brasil. Na opinião de Gilberto Braga, economista e mestre em Administração pelo Instituto Brasileiro de Mercados de Capitais (Ibmec), as atuais políticas públicas de saúde voltadas para idosos não são suficientes para aumentar a qualidade de vida dessa parcela da população. O especialista defende a necessidade da adoção de um modelo de saúde que priorize práticas médicas que ajudem a evitar as doenças que vêm com a idade, lembrando que cuidar de uma população idosa saudável é diferente de cuidar de uma população doente. “Cuidar de pessoas sãs custa menos. É difícil determinar um percentual em termos de economia para os gestores de saúde, mas certamente a diferença e a economia são expressivas”, afirma.
Braga lembra que o impacto do fenômeno da longevidade na economia brasileira é variado. “Normalmente, pensamos somente nos custos econômicos que o fato de viver mais pode trazer para os familiares, como gastos com planos de saúde, remédios, cuidadores e tratamentos específicos. Por outro lado, ao mesmo tempo, há um contingente de novos consumidores com renda considerável que ainda não foi totalmente percebido pela economia formal. Falo da terceira idade sadia, que lota os teatros nas noites de terça a quinta, que viaja e faz turismo pelo país fora das grandes temporadas e dos feriados, que janta fora e toma vinho, que sai para dançar, enfim que gasta muito. A força de consumo da terceira idade ainda não foi mapeada e aqueles que desenvolveram produtos específicos e serviços para ela poderão ter grandes lucros”, comenta o economista.
DIFERENÇAS DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE
Indicadores demográficos de envelhecimento, como o publicado pelo Observatório sobre Iniquidades em Saúde, da Fiocruz, que tem como base a Pesquisa Nacional de Domicílios (PNAD), apontam para a existência de determinantes sociais que implicam o aparecimento de desigualdades em termos de saúde durante o envelhecimento. Para muitos pesquisadores, além das condições biológicas individuais que favorecem a longevidade, é relevante questionar quais fatores podem estar associados aos anos adicionais de vida para uns, e não para outros. Entre esses itens está a diferença regional, que, para muitos, transpõe as questões básicas e fundamentais relacionadas ao aumento de oferta e acesso aos serviços de saúde. Segundo o PNAD de 2009, a macrorregião com maior proporção de idosos é a Sudeste (12,7%), seguida da Região Sul (12,3%), Nordeste (10,5%), Centro-Oeste (9,5%) e Norte (7,3%). Muitos pesquisadores defendem a tese de fatores como educação e renda, por exemplo, despontarem como diferenciais no ganho de vida em anos, possivelmente na qualidade do envelhecimento.
Existe, contudo, relação entre as condições de saúde e o sentimento de bem-estar entre os idosos? Para responder a essa pergunta, pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) realizaram uma pesquisa cujo resultado acaba de ser publicado na revista Cadernos de Saúde Pública, da Fiocruz. Durante um ano, eles entrevistaram 1.431 idosos, com idade média de 69 anos, moradores da área urbana da cidade, com o objetivo de verificar como se estabelece essa ligação. Os pesquisadores chegaram à conclusão de estar a sensação de felicidade associada a diversos indicadores de saúde. O levantamento mostrou que os idosos que se sentem felizes por mais tempo são casados, trabalham, têm lazer, ingerem bebidas alcoólicas ocasionalmente, consomem frutas, legumes e verduras todos os dias, não são obesos e dormem bem.
Esse é um dos primeiros estudos, em base populacional, que verifica as relações das condições de saúde com o bem-estar subjetivo de idosos. Na avaliação dos pesquisadores, os resultados devem contribuir para ampliar o conhecimento sobre o tema no Brasil.
GOSTOU DESSE CONTEÚDO?
Deixe seu comentário abaixo e não esqueça de compartilhar com seus amigos nas redes sociais!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela visita e volte sempre!